Eu já havia prometido para a Paula que iria enviar uma matéria sobre o Chile, país que eu particularmente acho um dos melhores da América do Sul, esta foi a segunda vez que visitei, e decidi arrumar um tempo para compartilhar com as pessoas que acessam o blog e gostam de viajar. Na primeira vez fiquei mais tempo no Atacama do que em Santiago, e envio oportunamente minhas impressões sobre aquela viagem.
Evandro em suas aventuras pelo Chile!
Participar e aproveitar as informações desta forma é essencial para quem gosta de viagens, principalmente porque, a menos que você tenha um excelente agente de viagens, é difícil de acreditar em tudo que encontramos na internet. Há muita informação, que ao invés de ajudar, acaba atrapalhando a nossa decisão. Portanto, colhendo informações com quem já foi é a melhor forma de poder viajar e aproveitar o melhor de cada local.
Decidi esta viagem para o Chile apenas uma semana antes dela acontecer, e também porque consegui oito dias de folga antes de iniciar um novo desafio profissional. Queria fazer um tour pelas vinícolas do Vale Central e Colchagua, e contatei uma agência que já havia me levado para outros países, porém não conseguiram me incluir por estar muito em cima. Para quem está se programando com antecedência, vale a pena procurar a Klein Tour (http://www.kleintour.com.br/) que é especializada na América do Sul e tem ótimos preços.
Como eu estava decidido a ir, resolvi comprar passagem mais hotel pela Tam Viagens (http://www.tamviagens.com.br/), tudo pela internet e quatro dias antes da viagem, e verificar os passeios quando estivesse lá. Cheguei em Santiago (dia 02-11-10) após o almoço. Uma viagem muito tranquila e a bordo de um Boeing 777 espetacular da TAM.
Em Santiago fiquei hospedado no Apart Hotel Bosque Tobalaba (http://www.rq.cl/), segundo a TAM era 4 estrelas, mas acho que as outras 2 estavam no céu. Mesmo assim fui muito bem atendido, além do que meu apartamento tinha cozinha, ótima varanda, sala de jantar, internet Wi-Fi, café no quarto, e o único “senão” eram as instalações um pouco antigas. Mas nada que tirasse minha empolgação. Este Hotel fica num dos melhores bairros daquela capital, Providência, onde estão vários bares, restaurantes, e hotéis. É muito tranquilo, seguro e bastante arborizado.
Por recomendação do Hotel, fiz contato com a operadora Turis Tour (http://www.turistour.com/) e agendei quatro passeios com eles: duas vinícolas (Concha y Toro e Undurraga), Montanhas (Valle Nevado e Farellones) e litoral (Viña Del Mar e Valparaíso). Uma das minhas intenções era comprar vinhos, cujo preço é cerca de 70% mais barato que no Brasil, além é claro, de passear e me divertir muito. Os passeios custam em torno de R$ 80 a R$ 150. Alguns duram o dia todo, outros apenas meio período, com a comodidade que te buscam e deixam no Hotel.
Na quarta (03-11) iniciei o passeio pelas vinícolas. Fomos primeiro na Undurraga, que infelizmente teve uma parte do casarão antigo da família atingida pelo último terremoto. Tudo é muito bem organizado e bonito. O guia é uma atração a parte. Você conhece a vinícola, seus jardins, parreirais, aprende história da vinícola, uvas, vinhos, produção e também degusta três vinhos distintos. Eles te presenteiam com uma taça personalizada e depois temos tempo para apreciar a loja de vinhos (sobre o que vale a pena trazer, e também o que é permitido pela legislação, farei uma matéria a parte).
Na “Concha y Toro”, o passeio é semelhante, e apesar de já conhecer, fiz questão de ir novamente. Esta é a maior vinícola do Chile e tem uma tradição mundial de fazer vinhos “Premium”. Aqui a atração é o Casillero Del Diablo, um dos vinhos ícones e que carrega uma história no mínimo curiosa e divertida. Eles servem dois vinhos e você também ganha a taça personalizada. A loja deles é muito completa, tem um restaurante anexo, onde além de boa comida, pode se fazer degustações dos melhores vinhos.
1 - Jardins da Vinícola Undurraga;
2 - Portal de entrada da Vinícola Undurraga;
3 - Barris na Vinícola Concha y Toro;
4 - Parreiras da Vinícola Undurraga.
4 - Parreiras da Vinícola Undurraga.
Quinta Feira (04-11) era a vez das Montanhas: Valle Nevado e Farellones. São duas estações de Sky a cerca de uma hora de Santiago. A estrada é uma atração a parte: são mais de 60 curvas “escalando” a Cordilheira dos Andes. O Valle Nevado é a mais famosa, com várias pistas, restaurantes e hotéis. As vistas são espetaculares, mesmo com pouca neve. A altitude é de mais de 3 mil metros, e algumas pessoas relataram dor de cabeça e enjôo, mas em pouco tempo você se acostuma. Ficamos ali por duas horas, onde podemos caminhar, ir em cafés, lojas e conhecer os hotéis e vistas. Infelizmente estava com pouca neve, já que o verão está chegando.
1 - Últimos vestígios de neve no Valle Nevado;
2 - No Restaurante El Montañes em Farellones;
3 - Com o casal de amigos Daniel e Carla de Piracicaba/SP;
4 - Vista dos hotéis no topo do Valle Nevado - já sem neve!
Voltamos alguns quilômetros para conhecer Farellones, que é a estação de Sky mais antiga e popular de Santiago, abriga duas pequenas cidades. Almoçamos no Restaurante El Montañes com uma vista para a Cordilheira que também é de tirar o fôlego. Neste dia conheci o casal Daniel e Carla de Piracicaba, que foram fundamentais, pois além da amizade, tiraram algumas fotos para mim (afinal, foto de paisagem não prova que você viajou! rsrs). Voltamos para Santiago no final da tarde e como o ônibus passa pela avenida onde estão os dois principais Shoppings, você tem a opção de descer ali e voltar depois para o Hotel.
Abrindo parênteses, as compras são um atrativo a parte. Fui no “Alto Las Condes” e também no “Parque Arauco”, que tem as três grandes redes de lojas do Chile: Paris, Ripley e Fallabela. Todas têm vários pisos e são uma verdadeira perdição. Eletrônicos, roupas e cosméticos fazem a festa dos turistas e principalmente dos brasileiros. No “Alto Las Condes” ainda tem um grande supermercado anexo, o “Jumbo”, com uma seção de vinhos fantástica.
Sexta Feira (05-11) era dia de conhecer o Pacífico. Primeiro conheci “Viña Del Mar” (a cidade jardim – muito verde e flores nas ruas), que é o litoral mais disputado do país. Infelizmente a água é fria a maior parte do tempo, por isso mesmo os chilenos ficam na areia. Fizemos um tour, conhecemos um Moai original da “Ilha de Páscoa” e também uma apresentação de dança tradicional. Almoçamos num restaurante com vista para o Pacífico com muitos frutos do mar no cardápio. Após o almoço fomos até “Valparaíso” (são duas cidades distintas, mas muito próximas), sempre costeando o litoral. A diferença é grande, pois “Valparaiso” é cidade portuária, enquanto “Viña Del Mar” é totalmente turística. Subimos até o local onde fica a casa de Pablo Neruda (com possibilidade de conhecer internamente) e fizemos um tour a pé pelas vielas, além de descer por um dos elevadores tradicionais da cidade, que ligam as partes altas às baixas. Esse era conhecido como “El Peral” e são muito antigos, inclusive o sistema de tração (não recomendo para quem tem medo de altura).
2 - Vista do Oceano Pacífico;
3 - Plaza de las Armas em Santiago;
4 - Praia em Viña del Mar.
Neste dia conheci o Gustavo e a Fabiana, que estavam em lua de mel, um casal de SP capital muito divertido. Tomamos várias “cervezas”, mas atenção, no Chile é proibido beber na rua, ou seja, nada de latinha na mão, pois corre o risco de ser preso! Voltamos no final da tarde.
No Sábado (06-11) reservei para um tour a pé. Na parte da manhã fui (de táxi!) até o “Mercado Central”, onde tem vários restaurantes de frutos do mar. O tempo todo o pessoal fica tentando te convencer a comer neste ou naquele local. Após passear, conhecer os arredores e a “Plaza de Las Armas”, almocei no “Donde Augusto” (http://www.dondeaugusto.cl/) onde fui muito bem atendido. Neste dia um casal de alemães pediu para dividir a mesa comigo, fato comum em vários países (e também porque estava como uma polo escrito HOLLAND), mas não me arrisco a tentar escrever os nomes!
Fora os restaurantes e algumas lojas de bebidas, o restante é preenchido por peixarias, e nesta parte, obviamente o ambiente não é dos melhores. Mas recomendo essa parte da cidade por conter muita história, monumentos e bons restaurantes. A tarde andei em várias ruas arborizadas do tranquilo bairro Providência, passando também na região conhecida como “Suécia”, onde está uma parte da vida noturna de Santiago, que aliás, começa após a meia noite.
Como diversão, além dos passeios, recomendo o “Bar Liguria” que ficava ao lado do meu Hotel, e é um dos mais procurados e frequentados de Santiago, devido ao ambiente e principalmente pela carta de vinhos, cervejas e cocktails que são servidos (não deixe de provar o “Pisco Sour. O Pisco é muito tradicional nos países andinos, destilado a base de uvas).” Se você for sozinho, fique no balcão, pois os garçons são uma atração a parte, além do que sempre chega alguém interessante para bater um papo (muitos turistas de várias partes do mundo), fazer amizades e esticar a noite. Conheci pessoas da Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica além, é claro, do Brasil e Chile. Tenham em mente que falar inglês realmente é universal e fundamental. Mas no Chile de um modo geral, o portunhol impera, e falando devagar você consegue entender e se expressar com facilidade!
No Domingo (07-11) retornei ao Brasil, chegando em Curitiba às 14h30. Os free-shops são uma diversão a parte e tanto lá quanto aqui os preços são semelhantes, por isso recomendo comprar quando desembarcar em Guarulhos. Agora a rede “Duty Free” no Brasil (http://www.dutyfreedufry.com.br/) oferece uma facilidade, pois você pode reservar pela internet o que quer comprar, agilizando o desembarque.
Nem bem cheguei e já estou pensando na próxima viagem. Esse é o mal depois que você começa a viajar e conhecer o mundo: não dá mais para parar, não é mesmo Paula??? Aqueles que quiserem mais detalhes, fiquem a vontade para me contatar no email no final deste artigo.
DICAS:
- quando viajo para outro país, levo só dinheiro suficiente para algumas despesas iniciais, pois vale a pena sacar diretamente com seu cartão de débito em qualquer Banco em moeda local. Você paga a taxa oficial de conversão e não as de casa de câmbio (consulte com seu banco antes de ir), e o débito é direto na sua conta corrente.
- um Real vale aproximadamente 280 Pesos Chilenos. Para facilitar as contas na sua cabeça, pense que cada 1000 pesos vale R$ 3,60 (cotação de Novembro 2010). Eu fazia uma conta rápida assim: corte os 3 zeros e multiplique por 4, ou seja, 1000 pesos = R$ 4,00. Eu paguei praticamente tudo com cartão de crédito, pois é facilmente aceito (até para pagar os passeios dentro dos ônibus). O dinheiro sempre foi para táxi, despesas menores e dar gorjetas (“propina” como eles chamam lá).
- para se locomover em Santiago, táxi é barato, mas fique atento e combine antes com o motorista, pois alguns gostam de se aproveitar dos turistas. O metrô de lá é um dos melhores do mundo, muito limpo, barato, liga toda a capital e é muito fácil de usar. Ônibus não peguei, mas o sistema foi projetado com a ajuda do Curitibano Jaime Lerner e me pareceu bem tranquilo.
- restaurantes recomendo o “Como Água para Chocolate”, uma atração a parte e o “Azul Profundo” especializado em frutos do mar. No “Mercado Central”, além do “Donde Augusto”, experimente o “La Joya Del Pacifico”. O fato é que em Santiago e arredores há muito por se apreciar, e um tour “eno-gastronômico”, como diz meu irmão Rafael, é impossível de não praticar.
Evandro Stanger
evandro.stanger@gmail.com
Curitiba/PR
AGRADECIMENTO:
Evandro,
Agradeço imensamente a sua participação aqui no blog!
Graças a você este meio de comunicação inicia uma nova fase que acredito ser bem interessante e colaborativa. Que este blog seja um canal aberto e de fácil acesso para que pessoas que adoram viajar (como nós!) possam descobrir preciosidades que não existem nem mesmo em guias turísticos best-sellers...
Volte sempre que tiver vontade e novidades para dividir com os viajantes que buscam o que há de melhor e mais prazeroso pelo mundo afora!
Muito obrigada!
Sds,
Paula Veit
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