"TODA VEZ QUE GANHO O MUNDO OS MEUS PROBLEMAS SE DISSIPAM. " (Paula Veit Quinan)





VAMOS VIAJAR???

Por ser uma amante do Planeta Terra, uma viajante inveterada, e me considerar muitas vezes uma cigana, já venho pensando há muito tempo em criar um blog para contar um pouco das minhas voltinhas por aí, pelo mundo afora! Sempre digo que tenho "rodinhas nos pés"... AMO VIAJAR! Para mim, conhecer lugares, culturas, pessoas e modos de viver diferentes, É O QUE HÁ!



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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

‎"O TOURO"

Abril/2010 (by Paula Veit)


Por  Luis Fernando Veríssimo

"Já se disse que a alma ibérica se divide em duas, uma mais caliente e a outra menos, e que Portugal é uma Espanha ponderada. A divisão estaria evidente na tourada, essa metáfora para todas as dicotomias humanas. Na Espanha matam o touro, em Portugal apenas o chateiam. Ainda não se chegou a um acordo sobre o que, exatamente, toureiro e touro simbolizam. A metáfora não é clara. Razão x instinto? Cultura x natureza? Ou - como li em algum lugar - tudo não passa de um ritual de sedução, como o Homem subjugando a Mulher, a Besta Primeva e todos os seus terrores, numa espécie de tanto sangrento em que não falta uma penetração no fim? Ou o toureiro gracioso é a mulher estilizada e o touro resfolgante uma paródia de homem? Enfim, seja o que for que se decide numa arena de touros, os espanhóis terminam o ritual, os portugueses deixam pra lá.


Pensei nisso lendo sobre o livro que saiu na Argentina, no qual pela primeira vez líderes militares da época, inclusive o presidente Videla, reconhecem em entrevistas as atrocidades cometidas durante a última ditadura deles. No Chile, o processo contra Pinochet revelou os crimes da repressão e permitiu que, aos poucos, a história ainda não contada dos anos terríveis se incorpore à história oficial do país - para ser reconhecida e expiada, para que reconciliação não signifique absolvição, para que nunca mais se repita. No Brasil, a repressão foi menos assassina do que na Argentina e no Chile - se é que se pode falar em graduação de barbaridade - e ninguém teve que dar muitas explicações. No caso, a simpática irresolução portuguesa desserve a história. Pois se o touro continua vivo, o que há para expiar? Aqui, venceu o deixa-pra-lá-ismo.



Já que temos de ser ibéricos, é melhor ser português. Vive-se mais longe do coração selvagem da vida, com menos drama e menos sangue. E, vez que outra, também é uma boa desculpa."

Algumas imagens que fiz da tourada que assisti em Abril de 2010 na "Plaza de Toros" em Madrid, Espanha:

(eu amo essa fotografia, inacreditável que "ela" tenha acontecido...) 






quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

AUSTRÁLIA: JELLYFISH: CUIDADO!


SE VOCÊ NUNCA OUVIU FALAR DE UM SER CHAMADO JELLYFISH, LEIA ESSE TEXTO! 


Depois de assistir o filme disponível AQUI! tive a certeza de que ainda tenho muitas coisas a realizar nesse planeta.
Deus me quer por aqui...
Há cerca de 5 anos estive na Austrália a turismo e não podia deixar de visitar a grandiosa e magnífica BARREIRA DE CORAIS, o maior recife de corais do mundo, na extensão que fica próximo à cidade de Cairns, em Queensland.
Essa seria uma das oportunidades mais interessantes para alguém apaixonada por tudo o que diz respeito ao fundo do mar como eu...

Antes de mergulhar com cilindro, preferi fazer um snorkeling próximo à embarcação que levava cerca de 300 pessoas à uma parte da barreira.

Antes de cair na água percebi que a equipe responsável pelo passeio distribuía uma espécie de "lycra" informando que era para proteção contra o sol que é realmente escaldante e intenso na Austrália... Mas eu, ADORADORA DO SOL que sou, refutei a bendita roupinha protetora e saí a plenos pulmões munida com meu snorkel, nadadeiras e de bikini, claro!

Cerca de meia hora nadando tranquilamente... Curtindo as riquezas da barreira... E sinto uma queimação repentina e excruciante na minha panturrilha direita!

Instintiva e rapidamente bati com a minha nadadeira sem encostar as mãos em uma coisa gelatinosa que me atacava e consegui me desvencilhar com agilidade... Saí nadando feito louca rumo ao barquinho menor que conduzia os turistas à grande embarcação e logo que subi, poquíssimos minutos depois, senti minha glote fechando... meu corpo cambaleando... a dor indescritível me consumindo...

Sem entender direito o que se desencadeava no meu organismo, uma voz estranha me dizia que eu estava em extremo perigo e que eu precisaria ser resignada... E ASSIM FUI!

Uma equipe médica me recebeu com fisionomia preocupada depois que descrevi  mimicamente o que havia ocorrido. Realizaram os procedimentos padrões para o caso, acionaram um helicóptero em terra, que ficou de prontidão e disseram que quem daria a resposta final seria o meu próprio organismo... Veja bem! O meu próprio ORGANISMO daria as cartas daquele momento em diante... Eu estava nas mãos do meu organismo...

Àquela altura eu ainda não imaginava o que de fato me ocorria, nem o risco que eu corria... Eu só ouvia da boca deles a palavra "jellyfish"... "jelly"... o tempo inteiro!... Nos poucos vislumbres de sanidade que eu tinha...

Tudo ficou escuro... A dor era aguda... Mil agulhas e facas entravam e saiam incessantemente ao longo da minha coluna vertebral, pés, pontas dos dedos, língua, extremidades e olhos...

E sentia DOR! MUITA DOR! 

Em geral sou forte e resistente à dor, mas daquela eu nunca tinha experimentado... E eu sentia ela me levando para uma outra dimensão... Para um lado diferente do que a gente conhece por aqui!

Em alguns momentos cheguei a experimentar uma certa paz, uma certa mansidão... Quando a dor era tão pronfunda que eu praticamente apagava...

Eu lembro que eu sentia meu corpo se contorcer sozinho, sem que eu tivesse vontade consciente disso... Mas me mantinha silente! E algumas lágrimas escorriam dos meus olhos... Mas elas eram absurdamente SILENCIOSAS...

Passado um tempo que não sei mensurar as coisas foram retomando...
Eu ouvia eles dizendo que miraculosamente meu ORGANISMO, sim, ele mesmo, estava respondendo inesperada e surpreendentemente bem!

E respondeu! 

Claro que respondeu... Eis me aqui! Tantos anos depois escrevendo sobre tudo isso depois de assistir ao vídeo disposto no início (Segue novamente: http://video.br.msn.com/watch/video/o-mais-temido-assassino-da-australia/rv547zzb)

O intuito agora, depois de tanto tempo do que aconteceu, é divulgar a existência desse bichinho letal e desconhecido que navega pelas águas oceânicas da Austrália.

Só depois entendi o porquê da "lycra"... Não era proteção UVA/UVB, mas contra as impiedosas jellyfishes.

E só depois eu soube... Ela mata mesmo! E Mata rápido! 

No final de tudo, quando a dor já estava suportável e eu estava me sentindo melhor, mas com cor de cera e placas roxas e avermelhadas pelo corpo todo, perguntei para o médico que estava diante de mim, com um jeito brincalhão que não deixo nem nos piores momentos: "E por acaso alguém já morreu disso?"... A resposta me deixou pensativa e assustada: "Dois morreram no mês passado!"

Tive muita sorte... meu organismo respondeu! 

Mas de verdade, no que eu mais acredito é: DEUS RESPONDEU!

AINDA TENHO O QUE FAZER AQUI! Espero conseguir corresponder...